O Acervo Acerva busca resgatar histórias que ocorreram nestes 15 anos de existência da
Associação, como forma de manter viva e forte as bases iniciais de fundação, fortificando
nossos passos futuros.
Nosso primeiro convidado para esse momento é o sócio benemérito Eli B. Coelho Jr.
Qual seu nome completo e profissão?
Eli B. Coelho Junior, sou Administrador e Sommelier de Cervejas, professor na Escola Superior de Cerveja e Malte, juiz em vários concursos, passando por Eisenbahn, como distribuidor oficial em Florianópolis, Cervejaria Santa Catarina, Hemmer’s Bier e Bellbrück.
Conte-nos sobre a sua história com a ACerva-SC. Você é um dos fundadores, como foi? Qual a sensação que passou? Fale sobre quem estava envolvido, os lugares que fizeram parte da história.
Minha história com a Acerva vem de tempo, eu já era entusiasta da cerveja artesanal, seguia o Mauro Nogueira, Ricardo Rosa e Leonardo Botto,da Confraria do Marquês do Rio de Janeiro, que foi uma espécie de laboratório das ACERVAS.
Minha família tinha uma panificadora num bairro universitário em Florianópolis e reuníamos todas as sextas-feiras amigos que eram fãs de cerveja, mas estavam de saco cheio com o universo comercial comum predominante do mercado. Lá, passaram cervejeiros como Murilo e Luizinho, que criaram a DUM, o Felipe que criou a Sambaqui, o Danilo, da Cervejaria Viking, O Kurt, da Basáltica, entre muitos outros. Seguimos e descobrimos, graças a internet, isso era em 2005, a CAMRA, Campaign for Real Ale, da Inglaterra e decidimos que queríamos “proteger e incentivar” as cervejas artesanais. Percebemos que faltavam lugares para comercializar as cervejas e criamos a AICCA, associação de incentivo a cultura de cervejas artesanais.
Fizemos, após a padaria fechar, por algumas longas sextas-feiras, reuniões para confeccionar um estatuto, que protegeria de fato, ao menos pra nós, a construção de um sonho, o de ver as cervejas artesanais sendo protagonistas na vida das pessoas.
O estatuto da AICCA, veio a ser uma base adaptada para o que veio a ser o primeiro estatuto das ACERVAS. Logo em 2008, foi feita a reunião de constituição da ACERVA, no Rio Vermelho, em Floripa, na sede da Cervejaria do Reinoldo, a Ilhéu. Como eu trabalhava na padaria, eu não pude ir e participar, mas me sinto parte da fundação, mesmo não sendo de verdade. Rafael Tonera, em vídeo registrado pelo Luizinho da DUM, reclamava minha ausência.
Rafael que em 2007 participou do II concurso da Acerva no Rio de Janeiro, onde, pela padaria da minha família, banquei a passagem dele ida e volta, e ele ficou em sexto lugar, com uma Russian Imperial Stout, que veio a ser em seguida vencedora do primeiro concurso da Schornstein e fabricada por eles até os dias de hoje. Em 2010 virei sócio benemérito da Acerva catarinense pelos serviços prestados a cerveja.
Qual a representatividade da ACERVA Catarinense no seu ponto de vista e o que ela significa para você?
Para mim, a Acerva catarinense tem uma participação direta no engajamento e constituição de inúmeras cervejarias Brasil afora, sejam como sócios proprietários, sejam como cervejeiros, práticos, enfim sua representatividade vai além do que representa fazer uma cerveja em casa e servir aos amigos. Acerva pra mim é sinônimo de história de vida, de conexão com minha história, mesmo sendo meme de Acerviano que não faz cerveja rsrsrs.
Qual o seu momento com a ACERVA mais marcante?
Meu momento mais marcante com a Acerva foi o primeiro concurso de cervejas que julguei na vida, ela marcou uma virada, mesmo tanto tempo após ter iniciado meu trabalho com as cervejas e naquele ano, que foi o ano que passei a viver exclusivamente da cerveja. 2011, no Encontro nacional das Acervas.
Créditos: Acervo pessoal de Entrevista Eli Jr